quinta-feira, 15 de março de 2012

Show promovido pelo governo deixa mulheres entristecidas no Dia da Mulher

                                                                Foto: ©Felix Lima/Folhapress

No dia 08 de Março, a Secretaria de Política para as Mulheres, em parceria com a Secretaria de Cultura do Distrito Federal, promoveram o ato-show "Mulheres Mais: Autonomia e Desenvolvimento Sustentável", no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. A cantora Maria Bethânia, que tem 47 anos de carreira e clássicos como "Fera Ferida" e "Explode Coração", foi a escolhida para alegrar os presentes.
        
Quem quisesse prestigiar o evento, deveria retirar o ingresso na bilheteria do Teatro Nacional, no mesmo dia do show, a partir das 09 horas. Contudo, como quase tudo que é feito pelo governo, houve muita reclamação. De acordo com o DFTV 1ª Edição, da Rede Globo, do dia 08/03, muitas mulheres que estavam na fila disseram que o número de ingressos distribuídos, apenas 300, não correspondia ao anunciado, 1.600. Lembrando que a capacidade do local do evento é de 2.600 pessoas. Algumas mulheres até denunciaram que pessoas designadas a distribuir os bilhetes, os forneceram para amigos, causando a defasagem no número de entradas distribuídas ao público.
          
Ainda de acordo com o telejornal, a Secretaria de Cultura do DF informou que nunca divulgou o número de ingressos que seria distribuído. Já a Secretaria dos Direitos da Mulher, disse que o show é praticamente um evento fechado, organizado pelo governo federal, e que muitas mulheres integrantes de movimentos sociais foram convidadas oficialmente pelo governo, portanto, os bilhetes que seriam distribuídos ao público seriam aqueles que sobrassem.


Então, com essas respostas, podemos entender que, de alguma forma, alguém "inventou" que o show seria aberto a todos, causando a grande confusão. Por que o governo não deu a informação correta à população, justamente para evitar transtornos??? Estranha essa história...
           
Durante o show, a ministra da Secretaria de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci, anunciava as autoridades presentes, e quando mencionou o nome de Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal, ouviu-se uma estrondosa e merecida vaia. Confira a seguir:
    
                             


Nesta confusão, como sempre, quem fica no prejuízo é o povo. Muitas senhoras de idade ficaram na fila desde cedo para poder assistir ao show da cantora baiana, não conseguiram e saíram de lá frustradas e maltratadas. E isso porque era um dia em homenagem à mulher...

Mais uma vergonha para o currículo do Governo do Distrito Federal e do Governo Federal. Será que foi justo fazer um show "aberto ao público", no qual a maioria das pessoas que queria prestigiar o evento não pôde entrar? Realmente não. E o pior, em um dia especial para as mulheres, muitas delas foram desrespeitadas, pois deixá-las esperando durante horas em uma fila enorme, e elas ainda não conseguirem o que queriam é, no mínimo, cruel.

Por que algumas mulheres puderam ir ao show e outras não? Tudo bem, as integrantes de movimentos sociais merecem sim um evento deste tipo, mas acho que todas as mulheres mereciam, afinal, era o Dia Internacional da Mulher. E por que cargas d’água o governo não anunciou que o show era parcialmente aberto, para evitar tudo isso?

Por que não optar pela forma mais fácil e fazer um show realmente aberto para o público em geral? Por exemplo, no ano passado, fui a uma apresentação da banda Paralamas do Sucesso, na Torre de TV, totalmente gratuita para quem quisesse ver. Deu tudo certo e não houve reclamação alguma, não que eu tenha conhecimento.

Como o show da Maria Bethânia era por causa de um dia especial, poderiam ter cercado algum local, como o estacionamento do ginásio Nilson Nelson, montado um bom esquema de segurança, enfim, dava para ter organizado um bom evento. Sabemos que dinheiro não iria faltar, pois duas secretarias estavam juntas, uma federal e outra estadual, e se o governo dispõe de bastante dinheiro para superfaturar preços, como ocorreu no Festival das Águas de 2011, tal como foi divulgado pelo jornalista Edson Sombra, em seu blog, ele pode sim conseguir uma boa verba, claro que de forma honesta, para realizar qualquer espetáculo.

Quanto às integrantes dos movimentos sociais, poderiam ter promovido um passeio por toda a cidade, para visitar os vários pontos turísticos, terminando com o show aberto a todos, mas com um bom lugar reservado especialmente a elas.

Por isso, nós, o público, esperamos que os próximos eventos do governo sejam divulgados de forma completa, mais bem elaborados e democráticos. É um direito nosso e do qual não abrimos mão, já que pagamos, e caro, por isso.










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