quinta-feira, 29 de março de 2012

Crase ganha rock didático

 'Terror' da gramática, crase atormenta estudantes e ganha rock didático

Equipes do G1 fotografaram erros de crase em placas publicitárias.
Confira dicas e livre-se das dúvidas na hora de usar a crase.

 
 
Terror dos estudantes e candidatos de concursos, carma dos professores, a crase é capaz de causar dúvidas até entre aqueles que são craques nas regras da gramática. Simbolizada por um acento grave sobre letra 'a', a crase requer algumas regras importantes. Para não errar, vale usar truques que variam de uma simples decoreba até uma música com frases rimadas que ajuda a assimilar melhor tais dilemas.
Pensando na complexidade do tema, a banda Sujeito Simples, de Curitiba (PR), que desde 2007 tenta difundir no Brasil o estilo musical chamado de rock educativo, lançou duas músicas sobre o uso da crase no segundo disco da carreira.
Uma delas ganhou até videoclipe (veja vídeo acima).
 
 

“A crase é proibida na ligação de palavras repetidas. A crase é proibida diante de palavras masculinas. A crase é proibida diante de verbos. A crase é proibida diante dos pronomes relativos", diz a letra. Todas as músicas da banda têm relação com elementos da língua portuguesa, são composições próprias e não são paródias. O material é muito procurado por professores que utilizam o trabalho da banda para auxiliá-los em sala de aula. "Como o assunto é bem extenso, dividimos em duas músicas. Sabemos que a crase é um problema, gera muitas dúvidas, por isso é um assunto bem procurado", afirma a baixista da banda, Jéssica Steil, de 21 anos.
O G1 foi às ruas de algumas capitais brasileiras e colheu exemplos positivos e negativos do uso da crase em cartazes, faixas, outdoors e até em placas de sinalização de ruas (veja galeria acima).
Placa fotografada na Bahia; análise do professor de português Sérgio Nogueira (Foto: Ida Sandes/G1 BA)
Placa fotografada na Bahia; análise do professor de português Sérgio Nogueira (Foto: Ida Sandes/G1 BA)
 
"É muito frequente encontrar erros de crase em placas e peças publicitárias", afirma Simone Motta, professora de redação do Colégio Etapa. "Se você erra a crase, a frase perde todo o seu sentido."

Uso em três situações
A crase não é um acento, é a contração de 'a' mais 'a'. Segundo o professor Sérgio Nogueira, para haver crase, é necessário que existam dois 'a'. O primeiro 'a' é a preposição, e o segundo 'a' pode aparecer em três casos diferentes de artigos e pronomes. Veja exemplos dados pelo especialista:
- a) artigo definido:
“Ele se referiu a (preposição) + a (artigo) carta.” = “Ele se referiu à carta”
“Ele entregou o documento a (preposição) + as (artigo) professoras” = “Ele entregou o documento às professoras.”
- b) pronome demonstrativo:
“Sua camisa é igual a (preposição) + a (pronome = a camisa) do meu pai” = “Sua camisa é igual à do meu pai”
“Ele fez referência a (preposição) + as (pronome = aquelas) que saíram” = “Ele fez referência às que saíram”
- c) vogal 'a' inicial dos pronomes 'aquele', 'aqueles', 'aquela', 'aquelas' e 'aquilo':
“Ele se referiu a (preposição) + aquele livro” = “Ele se referiu àquele livro”
“Ele fez alusão a (preposição) + aquelas obras” = “Ele fez alusão àquelas obras”
“Prefiro isso a (preposição) + aquilo” = “Prefiro isso àquilo”.
Placa do Paraná; análise do uso da crase feita pelo professor Sérgio Nogueira (Foto: Sérgio Tavares Filho/ G1 PR)
Placa do Paraná; análise do uso da crase feita pelo professor Sérgio Nogueira (Foto: Sérgio Tavares Filho/ G1 PR)
 
"O maior problema da crase é que ela é uma fusão do fonema que não aparece na linguagem falada. Para empregá-la corretamente é necessário entender onde se usa a preposição", afirma Simone Motta, professora de redação do Etapa.
Para Simone, a crase é um instrumento de interpretação de texto que exige treino. "É necessário conhecer as regras que não são tão fáceis e demandam memorização. Quem domina crase, domina o resto e escreve bem."

VEJA AS DICAS DO PROFESSOR SÉRGIO NOGUEIRA SOBRE O USO DA CRASE
Você sabia que CRASE não é acento?
Crase é a fusão de duas vogais iguais, é a contração de dois aa. Acento grave (`) é o sinal que indica a crase (a + a = à). Para haver crase, é necessário que existam dois aa. O primeiro a é preposição; o segundo pode ser:
a) artigo definido (a/as)
“Ele se referiu a (preposição) + a (artigo) carta.” = “Ele se referiu à carta.”

“Ele entregou o documento a (preposição) + as (artigo) professoras.” = “Ele entregou o documento às professoras.”

b) pronome demonstrativo (a/as):
“Sua camisa é igual a (preposição) + a (pronome = a camisa) do meu pai.” = “Sua camisa é igual à do meu pai.”

“Ele fez referência a (preposição) + as (pronome = aquelas) que saíram.” = “Ele fez referência às que saíram.”

c) vogal a inicial dos pronomes aquele, aqueles, aquela, aquelas e aquilo:

“Ele se referiu a (preposição) + aquele livro.” = “Ele se referiu àquele livro.”

“Ele fez alusão a (preposição) + aquelas obras.” = “Ele fez alusão àquelas obras.”

“Prefiro isso a (preposição) + aquilo.” = “Prefiro isso àquilo.”
Exercícios sobre o uso da crase
O professor Sérgio Nogueira preparou uma lista de exercícios sobre o uso da crase. Veja abaixo:
1º)  Coloque o acento grave indicativo da crase quando julgar necessário:
1. Fez referência a peça que estava em cartaz.
2. Veio a caráter.
3. Tudo pertencia a ela.
4. Dedicou o sucesso a todos.
5. Tráfego proibido a motocicletas.
6. Fazia referência a leis ou as leis.
7. Ficou cara a cara com o goleiro.
8. O jogo foi transferido para as 8h.
9. O jogo será as 8h.
10. O banqueiro vai a Roma com certa frequência.
11. Ele viajou a antiga Roma.
12. Gosta muito de um Bacalhau a Gomes de Sá.
13. A reivindicação é idêntica a dos metalúrgicos.
14. Saiu as escuras.
15. Andava a procura de emprego.
16. O salão ficava cheio a medida que os convidados iam chegando.
17. Ele venceu a distância.
18. O presidente se referia aquele senador.
19. Prefiro isso aquilo.
20. Dedicou todo seu amor a Clara.

2º) Use o acento grave indicativo da crase quando julgar necessário:

21. Ele se referiu a carta de boas-vindas.
22. Entregou o documento as secretárias.
23. Sua camisa é igual a do meu pai.
24. Fez referência as que foram ao passeio.
25. Ontem ele foi aquela ilha.
26. Já foi a Angra e a Bahia.
27. Estamos a sua disposição.
28. Entregou a carta a Claudia.
29. Ele escreve a Jorge Amado.
30. Hoje, temos churrasco a Osvaldo Aranha.
31. Não vendemos a prazo. Só vendemos a vista.
32. Vamos falar as claras.
33. Entre sempre a direita.
34. É preciso sentar-se a mesa.
35. As vezes eles nos visitam.
36. A reunião começará as 10h.
37. A reunião será a partir das 10h.
38. Trabalhamos de segunda a sexta, das 8h as 18h.
39. A reunião será de duas a quatro horas.
40. Ele ficará aqui até as 18h.
41. Todos podem andar a cavalo.
42. Começou a reclamar.
43. Referia-se a uma antiga estrada lateral.
44. Entregou a tolha a alguém da portaria.
45. Estamos atentos a essa tendência.
46. Ofereceu o prêmio a ela.
47. Entregou o documento a Vossa Excelência.
48. Referia-se a situações estranhas.
49. Ficou frente a frente com o animal.
50. Esta é a pessoa a quem oferecemos o convite.
Faixa no Sergipe (Foto: Flávio Antunes / G1 SE )
Faixa no Sergipe (Foto: Flávio Antunes / G1 SE )
 
CONFIRA AS RESPOSTAS DOS TESTES ACIMA SOBRE O USO DA CRASE
1º) Coloque o acento grave indicativo da crase quando julgar necessário:
1. Fez referência à peça que estava em cartaz. (referência a + a peça)
2. Veio a caráter. (não há crase antes de palavra masculina)
3. Tudo pertencia a ela. (não há crase antes de pronome pessoal)
4. Dedicou o sucesso a todos. (não há crase antes de pronome indefinido)
5. Tráfego proibido a motocicletas. (não há crase antes de plural = a+plural)
6. Fazia referência a leis ou às leis. (referência a + as leis = às+plural)
7. Ficou cara a cara com o goleiro. (não há crase entre palavras repetidas)
8. O jogo foi transferido para as 8h. (não crase quando já houver outra preposição)
9. O jogo será às 8h. (=adjunto adverbial de tempo feminino)
10. O banqueiro vai a Roma com certa frequência. (volto de Roma = sem artigo)
11. Ele viajou à antiga Roma. (volto da antiga Roma = com artigo)
12. Gosta muito de um Bacalhau à Gomes de Sá. (=à moda Gomes de Sá)
13. A reivindicação é idêntica à dos metalúrgicos. (idêntica a + a = a reivindicação)
14. Saiu às escuras. (=adjunto adverbial de modo)
15. Andava à procura de emprego. (=locução prepositiva feminina)
16. O salão ficava cheio à medida que os convidados iam chegando. (=locução conjuntiva feminina)
17. Ele venceu à distância. (=locução adverbial)
18. O presidente se referia àquele senador. (referia-se a + aquele)
19. Prefiro isso àquilo. (prefiro isso a + aquilo)
20. Dedicou todo seu amor a/à Clara. (crase facultativa antes de nomes próprios de mulher)
 
2º) Use o acento grave indicativo da crase quando julgar necessário:
21. Ele se referiu à carta de boas-vindas. (referiu-se a + a carta)
22. Entregou o documento às secretárias. (entregou a + as secretárias)
23. Sua camisa é igual à do meu pai. (igual a + a = a camisa)
24. Fez referência às que foram ao passeio. (referência a + as = aquelas)
25. Ontem ele foi àquela ilha. (foi a + aquela)
26. Já foi a Angra e à Bahia. (volto de Angra, mas volto da Bahia)
27. Estamos à/a sua disposição. (crase facultativa antes de pronomes possessivos femininos no singular)
28. Entregou a carta à/a Claudia. (crase facultativa antes de nomes próprios de mulher)
29. Ele escreve a ou à Jorge Amado. (depende: a Jorge Amado = para Jorge Amado; à Jorge Amado = à moda de Jorge Amado)
30. Hoje, temos churrasco à Osvaldo Aranha. (=à moda de Osvaldo Aranha)
31. Não vendemos a prazo. Só vendemos à vista. ( a prazo = não há crase antes de palavras masculinas; à vista = adjunto adverbial de modo feminino)
32. Vamos falar às claras. (=adjunto adverbial de modo)
33. Entre sempre à direita. (=adjunto adverbial de lugar)
34. É preciso sentar-se à mesa. (=adjunto adverbial de lugar)
35. Às vezes eles nos visitam. (=adjunto adverbial de tempo)
36. A reunião começará às 10h.(=adjunto adverbial de tempo)
37. A reunião será a partir das 10h.(não crase antes de verbo)
38. Trabalhamos de segunda a sexta, das 8h às 18h. (de...a = sem artigo; das...às = com artigo para definir a hora que começa e termina o horário de trabalho)
39. A reunião será de duas a quatro horas. (de...a = sem artigo - é a duração da reunião)
40. Ele ficará aqui até às/as 18h. (crase facultativa após a preposição até)
41. Todos podem andar a cavalo. (impossível antes de palavra masculina)
42. Começou a reclamar. (impossível antes de verbo)
43. Referia-se a uma antiga estrada lateral. (impossível antes de artigo indefinido)
44. Entregou a tolha a alguém da portaria. (impossível antes de pronome indefinido)
45. Estamos atentos a essa tendência. (impossível antes dos demonstrativos esta e essa)
46. Ofereceu o prêmio a ela. (impossível antes dos pronomes pessoais)
47. Entregou o documento a Vossa Excelência. (impossível antes dos pronomes de tratamento que podem ser homem ou mulher)
48. Referia-se a situações estranhas. (impossível quando a preposição a vem antes de plural)
49. Ficou frente a frente com o animal. (impossível entre palavras repetidas)
50. Esta é a pessoa a quem oferecemos o convite. (antes do quem nunca "tem").

 

FONTE: Vanessa Fajardo Do G1, em São Paulo

quarta-feira, 28 de março de 2012

Dica do dia: Ouçam Carla Bruni


O som que indico hoje para que vocês curtam é o da Carla Bruni. Para quem gosta de ouvir uma música calma e romântica de vez em quando, ou sempre, é uma boa pegada. 
 
Como todos sabem (ou não...), ela é a mulher do presidente francês Nicolas Sarkozy. Bruni vem de uma família inteiramente ligada à música, então não podia ser diferente.

Foi modelo de 1987 a 1998, e em 2002 lançou seu primeiro álbum, "Quelqu'un m'a dit", todo cantado em francês. Em 2006, lançou "No promises", em inglês. No ano de 2008, lançou "Comme Si De Rien N'était", cantado nas duas línguas. Todos bem aceitos na França. No Brasil, já teve música como trilha sonora de novela da Rede Globo.
 
A maioria de suas canções é própria, letra e melodia, o que torna o trabalho de Bruni ainda mais verdadeiro e bonito. São músicas calmas e bem trabalhadas, boa parte tocada por ela no violão. É melhor quando canta em francês (idioma lindo!), porque fica com um tom bem mais romântico. 
   
Agora que Carla Bruni é primeira-dama da França, está com esse trabalho parado, o que é uma pena, já que ela é ótima cantora e compositora

Confiram:


Quelqu'un m'a dit, do álbum de estreia de Carla Bruni que carrega o mesmo nome da música:


Those dancing days are gone, do álbum No Promises:


Tu es ma came (Lindaaaaaa), do Comme si de rien n'était:



Exposição : Dialógica Feminina


Está acontecendo no Espaço Cultural do TRF da 1ª Região no período de 19 a 29 de março 2012 a exposição “Dialógica Feminina” das artistas plásticas Cristine Flores, Esmeralda Guedes, Hilda Curcio e Rita Teodósio, ambas servidoras do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região. A visitação está aberto ao público de 8h ás 18h. A amostra encerra as comemorações em homenagem ao dia internacional da mulher que é comemorado no dia 8 de março.
 Usando o conceito do filósofo Martin Barbero que explica que todo o ambiente é um ecossistema comunicativo, as artistas plásticas reuniram seus talentos e produziram um mix de arte com poesia, pinturas e esculturas.
A exposição retrata a preocupação das artistas plásticas com papel social da mulher no mundo, principalmente aquela que não tem oportunidade de crescimento. “É uma exposição delicada, preocupada principalmente com o lado social, voltado para a situação de mulheres que ainda hoje sofrem por não terem oportunidades na vida para crescerem”, explica à servidora Cristine Flores.
Para mais informação entre em contato com: cristine.garcia@trf1.jus.br

Morre o escritor Millôr Fernandes

 

Autor morreu em casa, em Ipanema, na Zona Sul do Rio.
Ele teve falência múltipla dos órgãos, segundo filho.



O escritor carioca Millôr Fernandes morreu, às 21h desta terça-feira (27), em casa, no bairro de Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Segundo Ivan Fernandes, filho do escritor, ele teve falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca. Millôr tinha dois filhos, Ivan e Paula, e um neto, Gabriel. Ele foi casado com Wanda Rubino Fernandes. De acordo com sua certidão, Millôr nasceu no dia 27 de maio de 1924, embora ele dissesse que a data correta era 16 de agosto do ano anterior.
De acordo com a família, o velório está marcado para esta quinta-feira (29), das 10h às 15h, no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária do Rio. Em seguida, o corpo será cremado numa cerimônia só para a família.

Em 2011, o escritor chegou a ser internado duas vezes na Casa de Saúde São José, no Humaitá, Zona Sul. Na época, a assessoria do hospital não detalhou o motivo da internação a pedido da família.
Nascido no bairro do Méier, Millôr sempre fez piada em relação ao seu registro de nascimento. Costumava brincar que percebeu somente aos 17 anos que o seu nome havia sido escrito errado na certidão: onde deveria estar Milton, leu “Millôr” (o corte da letra “t” confundia-se com um acento circunflexo, e o “n” com um “r”). Seja como for, gostou do novo nome e o adotaria a partir de então. “Milton nunca foi uma boa escolha”, comentaria anos mais tarde, durante uma entrevista. A data de nascimento também não estaria correta: em vez de 27 de maio de 1924, ele teria nascido em 16 de agosto do ano anterior.
Desenhista, tradutor, jornalista, roteirista de cinema e dramaturgo, Millôr foi um raro artista que obteve grande sucesso, de crítica e público, em todas as áreas em que se atreveu trabalhar. Ele, que se autodefinia um “escritor sem estilo”, começou no jornalismo em 1938, aos 15 anos, como contínuo e repaginador de “O Cruzeiro”, então uma pequena revista. Ele retornou à publicação em 1943 ao lado de Frederico Chateaubriand e a tornou um sucesso comercial. Lá, criou a famosa coluna “Pif-Paf”, que também teria desenhos seus.
Em 1948, viajou para os Estados Unidos e conheceu Walt Disney. “Nessa época eu ainda acreditava que Disney sabia desenhar. Só mais tarde, lendo sua biografia, aprendi que até aquela assinatura bacana com que ele autentica os desenhos é criação da equipe”, provoca, na autobiografia que escreveu em seu site. No ano seguinte, Millôr assinou seu primeiro roteiro cinematográfico, “Modelo 19", e já foi logo agraciado com o Prêmio Governador do Estado de São Paulo, criado na década seguinte.
O início dos anos 50 seria importante na vida do autor, tanto pessoal quanto profissionalmente. Na companhia do também escritor Fernando Sabino, fez uma viagem de carro pelo Brasil, com duração de 45 dias. Em 1952, seria a vez da Europa, por onde permaneceria quatro meses. Um ano depois, veria a estreia de sua primeira peça de teatro, "Uma mulher em três atos", no Teatro Brasileiro de Comédia, em São Paulo.
E foi no teatro, como dramaturgo, que Millôr mais colecionou prêmios. Como em ”Um elefante no caos”, em 1960. Anos depois, diria em seu site: “Foi transformada num excelente espetáculo pela genial direção de João Bittencourt. Uma das poucas vezes que um diretor melhorou um trabalho meu”.
Também no teatro foi um tradutor prolífico e importante. Clássicos como “Rei Lear”, de William Shakespeare, a moderna “As lágrimasaAmargas de Petra von Kant”, de Fassbinder, ou o musical Chorus Line, de James Kirkwood e Nicholas Dante, chegaram aos palcos brasileiros através de suas mãos. "Ao traduzir é preciso ter todo o rigor e nenhum respeito pelo original”, diria em uma entrevista.
RoteiristaComo roteirista, escreveu mais de uma dezena de textos, dentre eles o longa “Terra estrangeira”, e “Memórias de um sargento de milícias”, adaptação da obra de José Manuel de Macedo produzida pela Rede Globo de Televisão. Também roterizou espetáculos musicais, como o musical “Liberdade liberdade”, escrito em parceria com Flávio Rangel, e “Do fundo do azul do mundo”, ao lado de Elizeth Cardoso e do Zimbo Trio.
Recebeu uma homenagem durante o carnaval carioca de 1983, quando foi samba-enredo da Escola de Samba Acadêmicos do Sossego, de Niterói (RJ). Millôr, inclusive, compareceu ao desfile.
Dentre os veículos de imprensa, colaborou ainda com artigos e crônicas nos jornais “O Correio Brasiliense”, “Jornal do Brasil”, “O Estado de São Paulo”, “O Diário Popular”, “Correio da Manhã”, “O Dia”, “Folha da Manhã” e “Diário da Noite”. Para internet, criou o site “Millôr Online”, sobre o qual diria posteriormente: “Se eu soubesse o que atrai tanta gente, nunca mais faria de novo”.

E, como bom roteirista, ainda escreveria sobre a própria vida: "Meu destino não passa pelo poder, pela religião, por qualquer dessas entidades idiotas. Meu script é original, fui eu quem fez. Por isso não morro no fim".
Seu perfil no Twitter já contava com mais de 285 mil seguidores.

FONTE: Do G1 RJ

terça-feira, 27 de março de 2012

II Seminário Retratos da Leitura no Brasil

     Amanhã, dia 28 de março de 2012, acontecerá o II Seminário Nacional Retratos da Leitura no Brasil. O Evento será realizado das 13h15 às 18h15 no Centro de Convenções Brasil 21 em Brasília - DF (Endereço: SHS Quadra 06, Lote 01, Conjunto A, Setor Hoteleiro Sul).
     O evento promovido pelo Instituto Pró-Livro, IPL, tem como objetivo principal divulgar os resultados da 3ª edição da pesquisa cujo intuito é traçar o perfil do leitor brasileiro. A pesquisa foi realizada em mais de 315 municípios brasileiros e cerca de 5 mil pessoas foram entrevistadas. O objetivo de tal estudo é tomar conhecimento do comportamento do leitor, bem como levantar opiniões relacionadas à leitura.
     O seminário apresentará os perfis do leitor e do não leitor, as preferências e motivações dos mesmos, assim como as percepções de leitura no imaginário coletivo. Será direcionado a autoridades, dirigentes, especialistas de órgãos de Educação e Cultura, entidades, estudiosos e formadores de opinião.

Para mais informações acesse acesse o site do prolivro.

Deixe sua opinião acerca desse tema, comente e nos ajude a enriquecer o blog. Obrigada!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Preconceito Musical

Todos os dias ouvimos falar, somos vítimas, e agimos com diversas formas de preconceito. Preconceito racial, linguístico, regional, religioso, político, de classe, e de opção sexual. Também existe o bullying, que de uma maneira ou de outra já aconteceu à todos nós, e talvez por isso tenha sido um tema tão abordado recentemente. Mas existe outro preconceito muito presente, e que pouco percebemos. Na verdade, percebemos claramente e abafamos o assunto: o preconceito musical.

Somos julgados de todas as maneiras possíveis uns pelos outros, e porque não seríamos julgados pela música que escutamos? Os estilos musicais acabam gerando certos grupos de pessoas, as quais se identificam com aquela música, com o estilo de vestir dos artistas, e muitos adotam até o estilo de vida “proposto” pelo gênero. Alguns exemplos desses grupos são os “metaleiros” (adeptos do Heavy Metal), os “coloridos” (os fãs do Happy Rock) e os “emos” (geralmente jovens, que curtem o rock mais atual, com letras melancólicas).

O Fato é que esses grupos (muitas vezes chamados de “tribos”) acabam praticando o preconceito entre eles: um grupo tem de estar sempre contra o outro. Como se cada pessoa tivesse a obrigação de gostar apenas de um estilo musical.

O preconceito acontece também quando deixamos de falar ou andar com tal pessoa, só porque você não gosta da mesma música que ela, e acaba a julgando como esquisita (na melhor das hipóteses). O preconceito acontece quando você se priva da oportunidade de conhecer um artista novo, porque diz antes mesmo de escutar, que não gosta daquele ritmo.

 Em que mundo estamos vivendo? Em que país vivemos? O Brasil talvez seja um dos países mais “misturados” do mundo, onde existem vários tipos de etnias, e milhares de manifestações musicais. Em uma mesma casa podem ter pessoas que gostem de sertanejo, de forró, de rock, de funk, de eletrônico e de reggae. E essas pessoas precisam saber entender os gostos alheios para poderem conviver bem. Todos nós temos amigos e familiares de estilos diferentes do nosso, e nem por isso deixamos de viver com eles.

Está faltando compreensão. O fato de você não gostar de determinada música, não quer dizer que ela não presta e que não tem qualidade, afinal outras pessoas gostam. O problema é o de sempre: a falta de respeito. Não é preciso derrubar a opinião alheia para demonstrar a sua. Também não é necessário que você goste e escute todos os tipos de música, até porque, gosto é algo particular. Você tem motivos plausíveis para gostar da música que gosta: ela faz você se sentir bem. E não há nada de errado em ter gostos definidos, pois a música está inteiramente ligada às emoções.     

O errado é perseguir e discriminar o que é diferente de você. Ficar apontando, jogando acusações, provocando humilhações (grande parte delas em público), na maioria das vezes causa danos ao indivíduo, morais e psicológicos.

Música é música, é contagiante e agrada de alguma maneira a alguém. Tenho certeza de que mesmo não gostando, você já se pegou com vontade de dançar funk, com vontade de cantar aquele sertanejo das antigas, ou simulando um solo de guitarra na frente do espelho. Então, pra que julgar e dividir algo tão fascinante e abrangente como a música? Não discrimine o outro pela sua maneira de mostrar seus sentimentos e sua personalidade. E como cantou Raul Seixas: “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. 





sexta-feira, 23 de março de 2012

Exposição Mulheres: cotidiano e violência na construção de Brasília.

Exposição  Mulheres: cotidiano e violência na construção de Brasília.




Mês de março é marcado pelas homenagens às mulheres, que foram as ruas e lutaram por melhores condições de vida e trabalho. E com o intuito de alertá-la sobre a violência, o Arquivo Publico do Distrito Federal (ArPDF),e as Secretárias de Cultura e da Mulher lançou no ultimo dia 15 de março a exposição  Mulheres: cotidiano e violência na construção de Brasília.
As ocorrências foram pesquisadas em um livro-ata da 11ª Divisão de Segurança Pública, composto por 100 folhas e 326 registros de ocorrências, compreendendo um período de cinco meses entre 1957 e 1558. Do total deste volume, 34 envolvem mulheres.  Nas ocorrências policiais analisadas no período de 1957 á 1958 o grande numera de casos de violências domestica e relevante também o numero de situações de violências em espaços públicos destacando-se em especial assédio, ofensas verbais, agressões físicas e sexuais.

A exposição trás relatos de mulheres que tiveram que conviver com todas essa violência durante a construção de Brasília. Um fato que chama bastante a atenção dos visitantes é o relato de uma mulher onde ela conta que chegou um momento que não podia nem sair na porta da casa, e quando precisava tinha que ser surda cega e muda.  Os documentos demonstram que, as mulheres do Distrito Federal  já tinham coragem para denunciar atos de violências praticados por homens desconhecidos, colegas de trabalho e familiares.

O período de exposição será do dia 15/03 á 15/04, de terça á domingo das 09h as 20h no mezanino da Sala Villa Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro, classificação livre e entrada gratuita.




A exposição retoma o tema da construção da nova Capital, destacando uma perspectiva uma tanto negligenciada pela narrativa oficial, qual seja a violência contra mulher. São apresentados como opostos contrastantes e complementares, o cotidiano revelado pelas fotografias e o cotidiano obliterado – porém, documentos das ocorrências policiais registradas entre os anos de 1957 e 1958. Tanto as fotografias quanto as ocorrências policiais compõem parte do acervo documental do Fundo da NOVACAP do Arquivo Publico do DF.

Chico Anysio morre aos 80 anos

 

Comediante estava internado em hospital no Rio de Janeiro.
Ele começou no rádio, fez sucesso na TV e atuou em filmes.


Morreu às 14h52 desta sexta-feira (23), aos 80 anos, o humorista Chico Anysio. Segundo nota divulgada pelo Hospital Samaritano, na Zona Sul do Rio, onde ele estava internado havia três meses, o humorista morreu após uma parada cardiorrespiratória, causada por falência múltipla dos órgãos, decorrente de choque séptico causado por infecção pulmonar. Ao longo de seus 65 anos de carreira, o cearense Chico Anysio criou mais de 200 personagens e foi um dos maiores humoristas do Brasil com destaque no rádio, na TV, no cinema e no teatro (abaixo, nesta reportagem, relembre sua trajetória). Ele deixa oito filhos e completaria 81 anos no dia 12 de abril.
Anysio apresentou uma piora nas funções respiratórias e renal na quarta-feira (21) e voltou a respirar com ajuda de aparelhos durante todo o dia. Ele estava no CTI do hospital carioca desde 22 de dezembro do ano passado por conta de um sangramento. O comediante chegou a ter o problema controlado, mas apresentou uma infecção pulmonar e retornou à internação. Ele seguia em sessões de fisioterapia respiratória e motora diariamente, somadas a antibióticos.
O ator também foi submetido a uma laparotomia exploradora, procedimento cirúrgico que serve para revelar um diagnóstico. Essa cirurgia fez com que Chico Anysio tivesse um segmento de seu intestino delgado retirado.

No final de 2010, ele foi levado ao mesmo hospital com falta de ar. Após uma obstrução da artéria coronariana ser encontrada, passou por uma angioplastia, procedimento para desobstrução de artérias. Após 110 dias, teve alta em março do ano passado.

Com fortes dores nas costas, o humorista foi novamente internado em novembro. Ficou no hospital durante cinco dias, para receber medicação intravenosa devido a problema antigo nas vértebras que provocava dor. No fim de novembro, teve febre e os médicos descobriram uma contaminação por fungos, tratada com antibióticos. No começo de dezembro, retornou ao hospital com infecção urinária e ficou internado por 22 dias. Um dia depois, voltou ao Hospital Samaritano.

Nos momentos mais críticos, quando esteve no hospital entre dezembro de 2010 e março de 2011, Chico necessitou da ajuda de aparelhos para respirar e se comunicava com médicos e familiares por meio de mímica. Durante o período pós-operatório, houve o diagnóstico de um tamponamento cardíaco, que acontece quando o sangue se acumula entre as membranas que envolvem o coração (pericárdio).

Durante o período de internação, que alternou momentos no CTI e em unidades intermediárias, Chico Anysio apresentou quadros de pneumonia e passou por sucessivas broncoscopias. As infecções foram tratadas com uso de antibióticos.
Antes, em agosto de 2010, o humorista precisou ser internado para a retirada de parte do intestino grosso após ser constatado um quadro de hemorragia no aparelho digestivo. Em maio de 2009, outra pneumonia o levou ao hospital.
O bordão mais famoso do Professor Raimundo era repetido por Chico Anysio no fim do programa: 'e o salário, ó' (Foto: CGCom/TV Globo)<- O personagem mais famoso de Anysio foi o Professor Raimundo (Foto: CGCom/TV Globo)

Rádio e TV
Foi no Rádio Guanabara, ainda nos anos 50, que os seus tipos cômicos começaram a surgir. Até o “talento para imitar vozes”, como o proprio Chico descreveria em seu site, evoluir para a televisão. A estreia aconteceu em 1957, na extinta TV Rio, no programa “Aí vem dona Isaura”. Foi lá que o Professor Raimundo teve sua primeira aparição no vídeo, como o tio da protagonista que vinha do Nordeste — até então o programa só havia sido veiculado pelo rádio.
“Até tinha uma coisa de sentar para criar, mas uns nasceram pela voz, outros pelo tipo, pela personalidade, pela caracterização. Sempre fiz questão de que eles fossem encontrados sem que eu estivesse presente. Que alguém dissesse: "'Na minha terra, tem um Pantaleão. No Rio tem muito Azambuja’”, explicou o humorista ao “Estado de S. Paulo”, em 2009.

Num tempo em que ainda não existiam contratos de exclusividade, Chico pôde fazer participações especiais em programas de outras emissoras e em chanchadas da Atlântida.
O “Chico Anysio Show”, seu primeiro programa de humor, foi lançado no início da década de 60. Foi ao ar pela TV Rio, depois pela Excelsior e em 1982 voltou a ser exibido pela Rede Globo — onde o humorista já trabalhava desde 1969.
                                                                                                        <- A cantora Elza Soares e Chico Anysio durante show em São Paulo em 1967 (Foto: Agência Estado)A cantora Elza Soares e Chico Anysio durante show em São Paulo em 1967 (Foto: Agência Estado)

Mas foi na Globo que teve seus programas humorísticos de maior sucesso e onde desenvolveu a maioria de seus personagens. Entre as atrações, destaque para “Chico city” (1973-1980), “Chico total” (1981 e 1996) e “Chico Anysio show” (1982-1990) e "Escolinha do professor Raimundo".

Alguns desses personagens quase que se misturam à história da televisão brasileira, como o ator canastrão Alberto Roberto, o pão-duro Gastão Franco, o coronel Pantaleão, o pai-de-santo Véio Zuza, o velhinho ranzinza Popó, o alcoólatra Tavares e sua mulher Biscoito (Zezé Macedo) e o revoltado Jovem.

Com o passar dos anos, novos tipos eram criados e incorporados ao programa: o funcionário da TV Globo Bozó, que tentava impressionar as mulheres por conta de sua condição; o mulherengo e bonachão Nazareno, sempre de olho nas serviçais; o político corrupto Justo Veríssimo; e o pai de santo baiano e preguiçoso Painho são alguns dos mais populares.

Apresentada como quadro em outros programas desde a década de 1980, a “Escolinha do Professor Raimundo” tornou-se uma atração independente em 1990. No ar até 2002, o humorístico lançou toda uma geração de comediantes. Entre os “alunos” revelados pelo “professor Chico” estão Claudia Rodrigues, Tom Cavalcante e Claudia Gimenez.

Chico também atuou em novelas e especiais da Globo, como “Pé na jaca” (2007), “Sinhá Moça” (2006), “Guerra e paz” (2008) e “A diarista” (2004). Chico Anysio também teve um quadro fixo no Fantástico por 17 anos (de 1974 a 1991), e supervisionou a criação no programa “Os Trapalhões” no início dos anos 90.
                                                                                                         <- Chico Anysio (na cadeira de rodas) exibe o prêmio especial do júri junto com a equipe do longa 'A hora e a vez de Augusto Matraga' (Foto: Alexandre Durão/G1)Chico exibe prêmio do Festival do Rio com a equipe do longa 'A hora e a vez de Augusto Matraga', em 2011 (Foto: Alexandre Durão/G1)

Cinema
A incursão mais recente de Chico Anysio no cinema foi como dublador. É dele a voz do protagonista da animação “Up - Altas aventuras", animação do estúdio Pixar. Antes disso, o humorista fez uma participação especial no recordista de bilheteria “Se eu fosse você 2” (2008), de Daniel Filho. “Nos créditos finais fiz questão de colocar ‘senhor Francisco Anysio’. Ele é um astro, merece ser tratado com toda reverência”, explicou o diretor em entrevista ao G1 durante o lançamento do longa.

Em 1996, o humorista interpretou o personagem Zé Esteves, pai da personagem-título, em “Tieta”, de Cacá Diegues. O trabalho coincidiu com o aniversário de 25 anos da estréia de Chicono cinema, na pornochanchada "O doce esporte do sexo". Antes havia participado de comédias como "Mulheres à vista" e "Cacareco vem aí".

Em 2011, em sua última aparição pública, recebeu o prêmio especial do Júri do Festival do Rio pelo seu desempenho no longa “A hora e a vez de Augusto Matraga”, do diretor Vinícius Coimbra.
"O filme é importantíssimo, a obra é linda. Vinícius realizou algo quase inacreditável. É um filme que, tenho certeza, Sergio Leone assinaria com alegria", destacou o bem humorado Chico, que fez questão de receber o Troféu Redentor pessoalmente, mesmo de cadeira de rodas.
Literatura e artes plásticas
Além de se dedicar ao humor, Chico também foi artista plástico. Apaixonado pela pintura, retratou paisagens ao redor do mundo a partir de fotografias que tirava dos países que visitava. Realizou exposições de seus quadros em diversas galerias do Brasil e chegou a afirmar que gostaria de ter dedicado mais tempo à atividade.
“Porque teria tido mais tempo para aprender, para melhorar. Teria mais tempo para me tornar conhecido e aceito, para vender meus quadros por um preço melhor. Cheguei a admitir que a pintura seria meu emprego da velhice, mas não vai ser, porque ninguém está comprando nada de obra de arte, e pintar para guardar é terrível”, disse em entrevista à “Folha de S. Paulo”, em 2007. Foi autor de 21 livros, tendo publicado vários best-sellers na década de 70, como "O Batizado da vaca", "O telefone amarelo" e "O enterro do anão". Sua última publicação foi “O canalha”, lançada em 2000.
“É a história do cara que participou de todos os governos, desde Eurico Gaspar Dutra até o primeiro mandato de Fernando Henrique. Foi ele o responsável por todas as canalhices que ocorreram de lá para cá, como dar um revólver de presente a Getúlio Vargas”, explicaria o escritor Chico Anysio em entrevista à revista “Época”, no mesmo ano.
Outra de suas obras de destaque na literatura é o bem humorado manual “Como segurar seu casamento”, também de 2000. Na época, advertiu os leitores: “Não dou conselhos, transmito os erros que cometi e foram cometidos em cinco casamentos. Conviver é a arte de conceder. Essa troca de concessões gera a convivência harmônica”, comentou.
                                                                                                       <- Chico Anysio em 2009, depois de conceder entrevista em seu apartamento na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro (Foto: Aline Massuca/AE)Chico Anysio em 2009, depois de entrevista em seu apartamento na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio (Foto: Aline Massuca/AE)

Carreira esportiva
Caçula de oito irmãos, Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho nasceu no dia 12 de abril de 1931, no município de Maranguape, no Ceará. A cidade constantemente era citada de forma saudosa pelo humorista – seu personagem mais popular, o Professor Raymundo, era de lá.
“Maranguape, cidade de que tanto falo, representa uma grande saudade. Foi um pequeno paraíso, o Éden da minha infância durante gloriosos anos. Foi lá que aprendi a ler sozinho”, escreveu o humorista em seu site oficial.

Aos 7 anos mudou-se para o Rio de Janeiro, após a falência da empresa de ônibus da família. Morador do Catete, contrariou a vontade do pai e do irmão mais velho — botafoguenses convictos — e se tornou vascaíno. Sonhava em ser jogador de futebol.

Mas a carreira esportiva logo foi esquecida, quando Chico passou em testes para ser locutor e ator da Rádio Guanabara. Ele ficou em segundo lugar, perdendo apenas para Silvio Santos.
Nos anos 50, também trabalhou nas rádios Mayrink Veiga, Clube de Pernambuco e Clube do Brasil. Foi na primeira que criou o programa que se tornaria um de seus maiores sucessos, "Escolinha do Professor Raymundo", inicialmente composta por três alunos: Afrânio Rodrigues (o que sabia tudo), João Fernandes (o que não sabia nada) e Zé Trindade (o que embromava o professor).

Apesar da tentativa de se tornar um galã de radionovelas, sua veia humorística se destacava desde o início. “A rádio Guanabara descobriu meu jeito para imitar vozes. Neste dia perdi minha chance de ser um Tarcísio Meira”, contou o comediante em seu site. Foi assim que começou a compor os mais de 70 tipos cômicos que marcariam sua carreira.
                                                                                                        <- O humorista cercado pelos filhos, Nizo Neto (esquerda) e Bruno Mazzeo, no lançamento do DVD Chico Especial, em 2007 (Foto: TV Globo)Chico sorri com os filhos Nizo Neto (esq.) e Bruno Mazzeo, no lançamento do DVD 'Chico Especial', em 2007 (Foto: TV Globo)

Casamentos e filhos
O primeiro de seus casamentos foi aos 22 anos, com a atriz Nancy Wanderley. Depois foi a vez de Rose Rondelli. Sobre a união com a cantora e ex-frenética Regina Chaves, dizia mal se lembrar. Já com Alcione Mazzeo, rompeu a relação por conta de um ensaio nu. Mas foi seu matrimônio com a ex-ministra da Economia do governo Collor, Zélia Cardoso de Mello — com quem teve dois filhos — que provocou mais polêmica. "Passou a ser uma pessoa de meu desagrado total. Fui um biombo para ela”, disse Chico à revista “Isto É”, em outubro de 2000.

Antes, porém, teve seis filhos, entre eles os atores Lug de Paula (famoso por interpretar o Seu Boneco, da “Escolinha do Professor Raimundo”), Nizo Neto (o Seu Ptolomeu, do mesmo programa, também dublador) Bruno Mazzeo (ator e roteirista). Chico também era tio do ator Marcos Palmeira, filho do cineasta Zelito Vianna, irmão do humorista; e da atriz Maria Maya, filha de Cininha de Paula, sobrinha do humorista.

Em novembro de 2009 foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural, a mais alta comenda do governo brasileiro na área. Da vida, dizia levar apenas um arrependimento: “Me arrependo enormemente de ter fumado durante 40 anos.”

FONTE: Do G1, no Rio

quinta-feira, 22 de março de 2012

Estreia amanhã documentário sobre vida pessoal e profissional de Raul Seixas

                 
Estreia amanhã (23), o documentário "Raul: O Início, o Fim e o Meio", de Walter Carvalho, que mostra a história pessoal e profissional  do pioneiro do rock nacional, Raul Seixas (1945-1989).
 
Raulzito, como era apelidado, é um dos melhores (senão o melhor) cantores e compositores brasileiros. Em 26 anos de carreira, lançou 21 discos e até hoje, 20 anos após sua morte, é um dos artistas brasileiros que mais vendem discos no país, cerca de 300 mil cópias por ano. Seus álbuns são encontrados em quase todas as lojas de discos do mundo. Raul morreu precocemente aos 44 anos, vítima de pancreatite em consequência do diabetes.

O documentário foi feito com arquivos colhidos em televisões, jornais, cinejornais e imagens da família, todos inéditos. Há ainda depoimentos de familiares e famosos como Paulo Coelho, Caetano Veloso, Zé Ramalho, entre outros. Tudo isso mostra a qualidade que deve ter o documentário e a possibilidade de grande aceitação por parte dos fãs do homem que sabia o segredo do universo.
 
Amanhã, saberemos se o documentário merece ou não uma salva de palmas e ainda, se pode carregar o grande e poderoso nome de Raul Seixas. Por enquanto, promete.

                              

RAUL: O INÍCIO, O FIM E O MEIO

ESTREIA: 23 DE MARÇO

DIREÇÃO: WALTER CARVALHO

GÊNERO: DOCUMENTÁRIO (BRASIL/2012,120 MIN)

CLASSIFICAÇÃO: 12 ANOS

EM TODOS OS CINEMAS KINOPLEX


                                   

A história da TV

      A maioria das pessoas possuem  uma ou mais unidades em casa, ela é facilmente encontrada em lojas, estabelecimentos e até mesmo em transportes coletivos. Ela existe em grandes centros e também em cidades pequenas. Todavia poucos sabem sobra a história da Televisão.
      Essa pequena máquina que antes era artigo de luxo, revolucionou o mundo, influenciou o comportamento das pessoas e ainda hoje é o meio de comunicação com maior acesso e importância do mundo, mesmo depois da popularização da internet. De acordo com uma pesquisa do IBOPE realizada em 2008, o percentual de residências com televisão era de 93% contra apenas 23% de casas com internet.
     Em 1923 o russo Vladimir Zworykin, criou o que seria a base para a televisão. Ele patenteou o tubo iconoscópio para câmaras de televisão, o que tornou possível a tv eletrônica. Anos mais tarde, ainda na década de 20 foram realizadas as primeiras transmissões em caráter experimental, marcando assim o início das transmissões de imagens e sons.
     A exatos 77 anos, foi ao ar o primeiro programa televisivo regular do mundo (23/03/1935). Tal realização foi possivel através de uma antena que foi colocada no alto da Torre de Rádio de Berlim, contudo só era possível assistir as transmissões em 22 salas públicas na Alemanha. Após a segunda guerra mundial, a tv enfim se popularizou devido a queda dos preços e o aumento da renda de maneira geral. Houve também um grande desenvolvimento dos aparelhos e tecnologias de transmissão, e muitas emissoras já existiam nos anos 30, como por exemplo os canais  BBC, CBS e CGT. A partir de então, os televisores passaram a ser produzidos em larga escala, no entanto poucas pessoas os possuiam tendo em vista o alto valor e o fato de que o rádio ainda era o meio de comunicação predominante na época.
     O primeiro personagem a ter sua imagem veiculada na TV  foi o Gato Félix, em 1928. Sua principal função era a regulagem dos aparelhos transmissores que eram em  preto e branco.
     No Brasil, a televisão teve sua pré-estreia em abril de 1950, e em setembro do mesmo ano Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo inaugurou a TV Tupi, em São Paulo. Chateaubriand importou 200 aparelhos de televisão e espalhou pela cidade. A programação era transmitida em horário nobre e havia a dificuldade em manter uma programação diária.
     Em 1954 foi criada em TV a cores, e alguns anos depois, em 1962, as primeiras transmissões via satélite de um continente para o outro, tornaram a TV o principal meio de comunicação do mundo. Até os dias de hoje a tv sofre modificações sempre visando evoluir, hoje existem aparelhos com transmissão em 3D e imagens em alta definição, e a tendência é sempre melhorar e surpreender.


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terça-feira, 20 de março de 2012

FICA - Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental

     Para quem ainda não se inscreveu, vale ressaltar que até às 18:00 hs do dia 09 de abril de 2012, estarão abertas as inscrições para o 14º FICA (Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental). Esse ano o festival será realizado na Cidade de Goiás - Goiás - Brasil, no período de 26 de junho a 01 de julho de 2012.
     Além de discutir o cinema brasileiro ao lado da questão ambiental, o FICA tem como objetivo propagar e exibir obras audiovisuais, bem como premiar, já que trata-se de uma mostra competitiva de filmes. Poderão ser inscritos curtas (até 29 minutos), médias (de 30 minutos a 59 minutos) e longas-metragens (mais de 60 minutos) nos gêneros ficção, animação ou documental com temática ambiental. Os vídeos podem ser produzidos em qualquer parte do mundo.
     Quanto a premiação, o júri será composto por 7 membros com atuação audiovisual ou ambiental e será coordenado por um presidente.

Premiação1 - Grande prêmio CORA CORALINA para o maior destaque entre as obras apresentadas, constituído de um troféu e de R$ 50 mil;
2 - Troféu CARMO BERNARDES e mais R$ 35 mil para o melhor longametragem;
3 - Troféu JESCO VON PUTKAMER e mais R$ 25 mil para o melhor média-metragem;
4 - Troféu ACARI PASSOS e mais R$ 25 mil para o melhor curtametragem;
5 - Troféu JOSÉ PETRILLO para a melhor produção goiana e R$ 40 mil;
6 - Troféu JOÃO BÊNNIO para a melhor produção goiana e R$ 40 mil;
7 - Prêmio BERNARDO ÉLIS e mais R$ 25 mil para a melhor série ambiental para tevê.

Para maiores informações sobre o festival, para ter acesso ao regulamento, bem como para realizar a inscrição, acesse o site do FICA.

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quinta-feira, 15 de março de 2012

Show promovido pelo governo deixa mulheres entristecidas no Dia da Mulher

                                                                Foto: ©Felix Lima/Folhapress

No dia 08 de Março, a Secretaria de Política para as Mulheres, em parceria com a Secretaria de Cultura do Distrito Federal, promoveram o ato-show "Mulheres Mais: Autonomia e Desenvolvimento Sustentável", no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. A cantora Maria Bethânia, que tem 47 anos de carreira e clássicos como "Fera Ferida" e "Explode Coração", foi a escolhida para alegrar os presentes.
        
Quem quisesse prestigiar o evento, deveria retirar o ingresso na bilheteria do Teatro Nacional, no mesmo dia do show, a partir das 09 horas. Contudo, como quase tudo que é feito pelo governo, houve muita reclamação. De acordo com o DFTV 1ª Edição, da Rede Globo, do dia 08/03, muitas mulheres que estavam na fila disseram que o número de ingressos distribuídos, apenas 300, não correspondia ao anunciado, 1.600. Lembrando que a capacidade do local do evento é de 2.600 pessoas. Algumas mulheres até denunciaram que pessoas designadas a distribuir os bilhetes, os forneceram para amigos, causando a defasagem no número de entradas distribuídas ao público.
          
Ainda de acordo com o telejornal, a Secretaria de Cultura do DF informou que nunca divulgou o número de ingressos que seria distribuído. Já a Secretaria dos Direitos da Mulher, disse que o show é praticamente um evento fechado, organizado pelo governo federal, e que muitas mulheres integrantes de movimentos sociais foram convidadas oficialmente pelo governo, portanto, os bilhetes que seriam distribuídos ao público seriam aqueles que sobrassem.


Então, com essas respostas, podemos entender que, de alguma forma, alguém "inventou" que o show seria aberto a todos, causando a grande confusão. Por que o governo não deu a informação correta à população, justamente para evitar transtornos??? Estranha essa história...
           
Durante o show, a ministra da Secretaria de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci, anunciava as autoridades presentes, e quando mencionou o nome de Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal, ouviu-se uma estrondosa e merecida vaia. Confira a seguir:
    
                             


Nesta confusão, como sempre, quem fica no prejuízo é o povo. Muitas senhoras de idade ficaram na fila desde cedo para poder assistir ao show da cantora baiana, não conseguiram e saíram de lá frustradas e maltratadas. E isso porque era um dia em homenagem à mulher...

Mais uma vergonha para o currículo do Governo do Distrito Federal e do Governo Federal. Será que foi justo fazer um show "aberto ao público", no qual a maioria das pessoas que queria prestigiar o evento não pôde entrar? Realmente não. E o pior, em um dia especial para as mulheres, muitas delas foram desrespeitadas, pois deixá-las esperando durante horas em uma fila enorme, e elas ainda não conseguirem o que queriam é, no mínimo, cruel.

Por que algumas mulheres puderam ir ao show e outras não? Tudo bem, as integrantes de movimentos sociais merecem sim um evento deste tipo, mas acho que todas as mulheres mereciam, afinal, era o Dia Internacional da Mulher. E por que cargas d’água o governo não anunciou que o show era parcialmente aberto, para evitar tudo isso?

Por que não optar pela forma mais fácil e fazer um show realmente aberto para o público em geral? Por exemplo, no ano passado, fui a uma apresentação da banda Paralamas do Sucesso, na Torre de TV, totalmente gratuita para quem quisesse ver. Deu tudo certo e não houve reclamação alguma, não que eu tenha conhecimento.

Como o show da Maria Bethânia era por causa de um dia especial, poderiam ter cercado algum local, como o estacionamento do ginásio Nilson Nelson, montado um bom esquema de segurança, enfim, dava para ter organizado um bom evento. Sabemos que dinheiro não iria faltar, pois duas secretarias estavam juntas, uma federal e outra estadual, e se o governo dispõe de bastante dinheiro para superfaturar preços, como ocorreu no Festival das Águas de 2011, tal como foi divulgado pelo jornalista Edson Sombra, em seu blog, ele pode sim conseguir uma boa verba, claro que de forma honesta, para realizar qualquer espetáculo.

Quanto às integrantes dos movimentos sociais, poderiam ter promovido um passeio por toda a cidade, para visitar os vários pontos turísticos, terminando com o show aberto a todos, mas com um bom lugar reservado especialmente a elas.

Por isso, nós, o público, esperamos que os próximos eventos do governo sejam divulgados de forma completa, mais bem elaborados e democráticos. É um direito nosso e do qual não abrimos mão, já que pagamos, e caro, por isso.